Vivemos apressados, na fúria das realizações imediatas, no consumismo exacerbado, na pressa do Ter em detrimento do Ser. As palavras Amizade e Amor são proferidas como fazendo parte de uma ética necessária, sem qualquer conotação de sentido ou sentimentos subjacentes. Dizem-se porque fica bem dizê-las, e cai sempre bem a quem as ouve.
É-se amigo de toda a gente, (desde que tenha havido um simples cumprimento ou um sorriso), ama-se, (desde que se troquem duas ou tês palavras), para adorar então... nem é preciso tanto, ou melhor... nem é preciso nada!
No entanto, nunca se fez tanto a apologia destas palavras como agora! Porque será?
Os livros de auto-ajuda apelam à felicidade que uma boa amizade ou um amor sincero podem trazer, as revistas (mesmo as cor-de-rosa) trazem sempre um artigo onde se procura debater cada um destes sentimentos, citando psicólogos, sociólogos e até psiquiátras, para tornarem os artigos mais convincentes.
O problema está na forma como é vivido este mundo moderno, que tudo facilita mas tudo sublima. As pessoas aprenderam a vivêr sem sair de casa, a não ser para trabalhar.
Longe vão os tempos em que sair para beber uma bica depois do jantar, era pretexto para longas conversas, novos conhecimentos, boas amizades e amores nascidos pela troca de olhares disfarçados pelas chávenas, copos de água e também pelo assunto em discussão.
"A necessidade aguça o engenho", dizem, mas aguça também os sentidos, os sentimentos e a reflecção. Nada era dito por acaso, estavam sentimentos em jogo, mesmo quando se confundia Amizade com Amor.
Amizade, Amor, são palavras banalizadas pelo decorrer dos tempos, sem qualquer sentido que não seja o de agradar ao próximo, para de uma forma ou de outra daí se retirarem os devidos proveitos. Depois...é só dar o dito por não dito, ou então nem dizer nada, porque não hà tempo a perder.
Naqueles tempos, não eram necessários livros de auto-ajuda ou considerações mais ou menos especializadas.
Não haviam grandes crises existênciais, nem depressões que durassem mais de uma semana.
Havia isso sim, Amizade e Amor!
Não existe aqui nenhuma intenção de revivalismo, mas sim uma enorme sensação de perda e comiseração, por jovens que não sabem como lidar com os sentimentos e por todos os que já se esqueceram do verdadeiro sentido da vida.
segunda-feira, agosto 07, 2006
A Força das Palavras.
Postado por Melody às segunda-feira, agosto 07, 2006
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3 comentários:
E mais princípios. Menos batota.
pois é... pena que no mundo haja pouca gente como tu, com tanta capacidade de amar e ser amiga.
Sê feliz! tu mereces!
pois é... pena que no mundo não haja mts pessoas como tu, com tanta capacidade de amar e ser amiga! Sê feliz!
Tu mereces!
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