segunda-feira, julho 10, 2006

A vida é um risco


Viver a vida pela metade mais segura é extraordinariamente mais seguro mas não deixa de ser apenas meia coisa. Aceitar correr riscos passa por aceitar o desafio de ir mais longe, de poder errar ou falhar muito, mas também de poder ganhar tudo.
A coragem de correr riscos adquire-se cedo, logo nos primeiros anos, a partir das primeiras expriências. Os pais ou quem os substitui têm um papel importante na construção da nossa autonomia e da nossa atitude perante a vida. Neste sentido, podem ser muito condicionadores ou muito libertadores.
A boa notícia é que esta nossa coragem de viver, por assim dizer, não depende exclusivamente da margem de liberdade e confiança transmitida por quem nos ajudou a crescer. Ela existe em cada um de nós e pode ser cultivada em qualquer altura da vida, através de uma vontade forte e determinada.
Ou seja, podemos ter estado fechados até aqui, mas a partir de hoje, também podemos querer arriscar viver com outra liberdade e o coração mais aberto. Muitas vezes tememos o sofrimento e evitamos os problemas a qualquer custo mas, na realidade, o mal não é que existam problemas. Viver mal os problemas é que é o mal.
Passem todas as redundâncias, a grande questão é a desistência, o desânimo ou a falta de coragem para voltar ao caminho, sempre que tropeçamos ou caímos.
Como alguém disse, não importa tropeçar ou cair,só importa o tempo que demoramos a levantar-nos e a voltar a andar. Recuperar das quedas pode ser duro mas também pode ser um tempo de inspiração e discernimento para ganhar força e firmeza. O facto de uns demorarem mais e outros menos até ficarem outra vez de pé prende-se com a confiança que têm em si, nos outros e na vida.
O grande mistério é que é com os problemas e dificuldades que crescemos e amadurecemos.
Mais, é na adversidade que melhor nos conhecemos. A nós e aos outros.
Paradoxalmente, a experiência de dor e sofrimento faz-nos sempre crescer.
A condição essencial para avançar na vida é saber exactamente o que queremos e o que escolhemos.
Podemos fazê-lo pela positiva ou, em caso de dúvida e porque nem sempre tudo é evidente, recusando certos caminhos. Por outras palavras quando não sabemos exactamente o que queremos, devemos tentar preceber com a mesma exactidão aquilo que não queremos. Tudo o que não nos serve portanto.
O problema, muitas vezes, é distinguir o que é ou não importante, mas até para atravessar rios e pântanos existem regras e caminhos mais seguros.
Um critério possível e razoávelmente infalível passa por definir, à partida, qual o preço que estamos dispostos a pagar por aquilo que achamos verdadeiramente importante para nós.
A tentação de querer descartar toda e qualquer possibilidade de sofrimento é, porventura, o maior sinal. Sempre desistimos à partida, com medo de de vir a sofrer, é porque essa coisa ou pessoa afinal não são verdadeiramente importantes para nós.
Como distinguir, então, o que nos é essencial? Justamente percebendo que estamos dispostos a dar tudo por aqueles que amamos. E atrevendo-nos a dar um passo em frente assumindo claramente que " isto é mais importante do que aquilo ". Poucos nos atrevemos a fazê-lo, mas sempre que conseguimos, ganhamos em liberdade interior, em confiança e realização pessoal. Em coragem, também.
Por tudo isto e voltando ao princípio, insisto: a vida é um risco que vale a pena ser vivido.
Laurinda Alves, in Xis.
( Por tudo o que foi escrito e porque não saberia fazer melhor. Subscrevo inteiramente!)
Melody.

1 comentário:

Anónimo disse...

Minha querida amiga.
Suscrevo também tudo quanto foi escrito e sublinho que devemos ter a coragem de dar o passo para correr o risco da realização e do caminho que sonhamos para nós sem temer adversidades. O risco está sempre presente mas devemos arriscar se queremos ser felizes...
Jinhos **********
João

Time of Peace


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A peace of freedom... Melody